Esta pergunta me remeteu há pouco mais de 3 anos atrás, exatamente no dia 1º de dezembro de 2008, quando a tão sonhada aposentadoria chegou para mim. Após longos 40 anos de dedicação à odontologia, dos quais 30 vividos no serviço público de saúde, tomei a decisão de por um ponto final na vida laborativa, até porque o descontentamento com os desvios pelos quais o trabalho na saúde pública estava enveredando, devido à ausencia de comprometimento no profissionalismo por parte de muitos, me vi dividido entre a continuidade da busca da excelência ou sucumbir perante aos fatores concretos da desestimulação na luta quixotesca contra o inimigo pefeitamente visível da anorexia laboral.
E sucumbi, achando que a minha hora e vez já tinha passado.
E agora, o que fazer?
Como é difícil aceitar a realidade da desaceleração de uma vida dedicada ao trabalho, e, muito mais quando não se prepara para suprir o cotidiano com ações que impeçam de tornar uma vida proativa em uma vida vazia.
E, o que fazer, quando em toda essa vida laborativa, dediquei-me apenas a uma atividade, o exercício da odontologia, a única atividade para qual realmente me formei, me especializei e me aperfeiçoei durante quatro décadas. Feliz daquele que, paralelamente à profissão escolhida procura entremear o seu dia a dia com outros aprendizados ligados por exemplo, há uma arte cênica, plástica ou outra qualquer, que acaba se tornando numa segunda profissão, e que acaba se consolidando na atividade substitutiva após a aposentadoria na profissão real.
Quando mais previamente se toma essas decisões da dupla função, mais fácil se toma a decisão de parar a atividade principal.
Mas, a realidade se apresentou, e não faltaram aqueles que disseram: - Você trabalhou a vida toda, agora é chegada a hora de usufruir, de se divertir. Usufruir de que? Se divertir com o que? Será que o nosso corpo é uma máquina em que se aperta um botão e ele para? Será que nossa mente é uma fonte de luz fria em que se aperta um interruptor e a luz se apaga? Não!!! Nós temos alma! Eu tenho alma! E foi isso que me deu força para voltar à busca, voltar a produzir, produzir VIDA! Não é, minha amiga Marisilda?
E foi a isso que passei a me dedicar, a produzir VIDA!
É claro que tive que me aproveitar dos meus conhecimentos adquiridos ao longo dos 40 anos como Cirurgião Dentista, mas não para realizar trabalhos mecanicistas, e sim , para, com a desmonopolização do meu saber, passar a transmitir os meus conhecimentos àqueles que buscam uma nova formação, uma nova capacitação, que querem se preparar para o exercício profissional e, futuramente para a sua aposentadoria, e, tenho certeza absoluta que essas pessoas a quem transfiro a minha produção de vida, estarão melhor preparados para o período pós-aposentadoria.
Assim, me tornei professor, palestrante, conferencista, consultor com direcionamento não só para os meus alunos e ex-alunos mas, também, para centenas de Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal destes rincões brasileiros, que recorrem a mim, através de meu Blog, na ânsia de conseguir uma informação, um material pedagógico, uma palavra de estímulo e motivação, enfim, uma palavra amiga.
E, o mais importante, como disse a Mariana Santos, oradora da 3ª turma de TSB em seu discurso na formatura, que como professor de Legislação, eu lhes ensinei a maior das leis, o amor à profissão!
E quem é Marisilda? É uma profissional que entrando na minha vida, naquele momento crucial ao final de 2008, e formando uma tríade com minha amiga Regina e meu anjo em forma de esposa, Luciane, foram as grandes responsáveis por esta mudança, ainda abalizada pelos meus filhos e grandes personalidades amigas que foram se incorporando durante esse processo de busca constante.
Imagem de um aposentado feliz
FELIZ DIA DO TRABALHO!!!
Que lindo meu pai!
ResponderExcluirÉ isso aí! Em todos os momentos precisamos nos reinvetar!
Você é um exemplo disso e da possibilidade de agregarmos à vida das pessoas em todos os momentos da vida e de formas inusitadas!
Obrigada profº sempre!
ResponderExcluirOlha Edélcio, tudo o que você NÃO faz agora como aposentado é deixar de produzir VIDA. Na verdade eu penso até que a sua maneira de produzir vida está se aprimorando a cada dia, em forma de sábios ensinamentos aos nossos alunos.
ResponderExcluirTemos ainda muitos dias do trabalho para comemorar.
Maria Regina
Oi Edélcio é a re-produção de vida em um novo ciclo, com novos olhares,novos saberes,novas buscas e novos prazeres.Que bom poder caminhar junto nesta estrada.
ResponderExcluirMarisilda