sábado, 30 de junho de 2012

O TÚNEL DO TEMPO

E já chegamos ao final do primeiro semestre de 2012.
Lembro -me dos meus tempos de infância, adolescência e juventude. Parece que os dias se arrastavam, mas,  o desenrolar da vida baseado na tranquilidade dos dias interioranos enchiam-nos de prazer, em convivência com a garotada nas ruas de terra da minha cidade onde jogávamos taco, bolinha (gude), futebol de caixão e tantas outras brincadeiras sadias que tornavam o nosso dia a dia pleno de atividades prazeirosas que complementavam a nossa dedicação aos estudos.
A minha entrada na fase escolar se deu no Grupo Escolar Domingues da Silva na minha terra natal, Taquaritinga, tempos em que haviam dois prédios exatamente iguais e interligados,  cada um abrigando separadamente os meninos e as meninas.


Dona Mercedes de Andrade foi a minha primeira professora a introduzir-me no mundo das letras e que me ensinou o beabá. Depois passaram outras, todas mulheres, pois elas dominavam a participação do professorado no ensino primário, entre elas, Dona Darcy e Dona Neusa Iria a quem tive o prazer de rever no ano passado, mesmo que por foto, viva e rediviva no alto de seus mais de oitenta anos, ainda jovem e e de bem com a vida.


Veio o ginásio que, com tantas transformações no sistema educacional, corresponde hoje ao ciclo da 5ª à 8ª série do ensino fundamental. Ainda éramos divididos em turmas de homens e mulheres naquele tradicional  e imponente prédio do IE 9 de Julho na Praça de mesmo nome. Apenas quando iniciamos o científico no novo prédio, passamos a pertencer a turmas mistas.
Chega 1967 e, finalmente, Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara e a escolha para começar a trilhar os caminhos da profissão escolhida.
Quatro anos de dedicação exclusiva a estudar a arte de Pierre Fouchard e Tiradentes até a tão sonhada formatura.
Enfim, ingresso no mercado de trabalho, quando, por dificuldades financeiras para iniciar com consultório próprio, e, como muitos recem-formados, me joguei para São Paulo à busca de emprego que pudesse garantir o famoso pé de meia que viesse em pouco tempo garantir o verdadeiro título de profissional liberal.
Primeiramente, São Caetano do Sul, depois, São Bernardo do Campo até chegar efetivamente em São Paulo num período total de 18 meses de muito trabalho, com poucas horas de sono, mas muita disposição inerente a qualquer graduando que queria chegar a tão sonhada independência financeira.
Na capital não posso me esquecer da prima Linda, esse é o nome dela mesmo, que me acolheu em sua moradia na Rua do Carmo,  onde acolhia jovens taquaritinguenses que chegavam em busca de um lugar ao sol. Hoje ela vive na belíssima Natal com seus filhos Toninho e Tereza. onde comemorou no ano passado um centenário de vida feliz.


Mas, foram poucos meses, pois a vida agitada da megalópole assustou-me e me levou a aceitar o convite para descer a serra  e começar a trabalhar em Santos, passando, ainda por São Vicente e, finalmente Cubatão onde concluí a minha atividade como Cirurgião Dentista.
Agora,  estou aqui, após quase 42 anos de formado a escrever sobre a rapidez com que o tempo corre, bem diferente daquela vida lenta, mas nem tampouco cheia de encantos no meu interior caipira.

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