Em outra postagem anterior a essa, diz da escassez do tempo, para atendimento dos clientes, afazeres outros diários e como o tempo vai se esvaindo nos compromissos da profissão que resolveu seguir, assolada mais ainda pelo modernismo que se instalou no país, onde há agendamento até pela internet ou via celular, e ainda os pacientes questionam em quanto tempo vai ficar livre do dentista. Gostei até de uma frase sua que diz: "Acredito que tenha gente que se pudesse, deixava a boca no consultório e pegaria no fim da tarde ou no dia seguinte!"
Mas, ao final do texto ele descreve imagens que lhe vem à cabeça, de uma casinha na roça, com todas as vantagens que a vida simples traz e de como dá inveja uma vida assim.
É isso aí, meu caro Mario Junio e amigos deste Blog. Passei por tudo isso durante minha vida profissional, primeiro trabalhando em clínicas populares, depois consultório próprio, ao mesmo tempo exercendo a especialidade de Endodontista em consultórios de colegas, fazendo plantões de urgência e emergência 24 horas em Pronto Socorro particular e ainda arrumei tempo para trabalhar no serviço público.
Valeu a pena? De certa forma sim, mas nunca tirei do foco a conquista daquela casinha branca, simples no campo, sem luxo, apenas para curtir a natureza. Lembro-me que numa comemoração de Amigo Secreto em dezembro de 1990 com um grupo de alunas do Curso de ASB na Prefeitura de Cubatão, uma das alunas que tinha tirado meu nome como amigo secreto, me dava como presente uma casinha branca, o objeto do meu pedido, mas não uma casa de verdade, mas, sim, uma foto recortada de uma revista colada num pedaço de papel sulfite junto com uma mensagem que dizia: "Dr. Edélcio. Não é o que você pediu, porém pra começar está bom, eu acho. Por favor se contente e não reclame, senão só fica com o viloeiro, heim! Sábia mensagem, minha querida ASB e amiga Ângela, pois, após 30 anos de dedicação à profissão parti para realizar esse sonho, diminuir um pouco o ritmo de trabalho e começar a preparar a vida na roça. A casinha hoje não é mais branca, mas já foi. É claro que agreguei algumas coisas mais confortáveis, mas o principal é ouvir o canto dos pássaros livres, ver os esquilos comendo as frutas e escutar o galo cantar. Não me arrependo de ter parado com apenas 40 anos de profissão, e porque trabalhar praticamente até o fim da vida como procuram fazer alguns colegas? A receita é gostar das coisas simples e abrir mão do luxo desnessário. Afinal o que levamos para o outro plano?
P.S: vejam o Blog do Mario Junio através do link http://reflexoesdeumdentista.blogspot.com/
Vale a pena.
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