terça-feira, 25 de janeiro de 2011

AGÊNCIA DE SAÚDE DISCUTE PLANO DE CARREIRA NA REGIÃO

Secretários Municipais de Saúde da Baixada Santista e o Governo do Estado iniciaram ontem, em Guarujá, a discussão sobre a criação de um plano de carreira metropolitano para profissionais da saúde pública.


A idéia é estimular os trabalhadores da área com melhores salários, evitar a evasão, e, consequentemente, falta de médicos, promover capacitação contínua e oferecer atendimento de qualidade nas unidades.

A proposta nasceu na primeira reunião do comitê formado por autoridades municipais e estaduais e criado na semana passada, informalmente chamado de Agência de Saúde da Baixada Santista. O grupo busca melhorar o serviço público do setor na região, a menos contemplada com recursos do Estado nos últimos anos e dona de alguns dos piores índices do segmento em território paulista.

“Hoje (ontem) saiu desta reunião o consenso de criar uma carreira regionalizada do profissional de saúde e levaremos isso para o governo (estadual)”, afirmou o coordenador do Comitê, David Uip, que é Diretor do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, e também representante do estado no grupo.

Segundo ele, os critérios para a criação do plano de carreira serão debatidos nas próximas reuniões mensais do Comitê, a serem marcadas em sistema de rodízio em cada município da Baixada. A próxima, em fevereiro, será em Peruíbe.

Secretário de Saúde de Santos, Odílio Rodrigues Filho, afirmou que é necessário definir quem vai pagar a conta desse plano de carreira. Ele ressaltou que há legislação capaz de respaldar a criação um plano regional bancado pelo estado, por meio do qual os médicos podem atuar nas redes dos municípios da região.

“Podemos fazer uma experiência piloto na baixada, mas não sabemos se vai haver orçamento para isso”. David Uip destacou que a participação da Associação Paulista de Medicina no comitê poderá contribuir com a formatação desta ação regional voltada para os profissionais da área.

Além da entidade, o grupo, cujo objetivo é agilizar as soluções integradas neste setor da administração pública, é composto por membros das Secretarias Estaduais de Habitação, Educação e Desenvolvimento Social, além da Sabesp, por serem temas diretamente ligados á saúde da população.

“Não adianta aumentar o número de leitos e não ter uma atenção resolutiva, com assistência, habitação, educação, saneamento, disse o secretário de saúde de Guarujá, Cássio Luiz Rosinha.

INVESTIMENTOS

Alvo de discussões na reunião, realizada a portas fechadas durante duas horas e meia, o aumento do número de leitos para internação e UTI foi apresentado como prioridade para a região.

“Está claro que temos de criar sistema de urgência e emergência que permeie os novos municípios o ano inteiro, suprindo inclusive as dificuldades impostas pela sazonalidade. Temos como lema que ambulância não vai mais subir a serra. Que a baixada consiga resolver seus problemas”, afirmou UIP.

O Secretário de Saúde de Santos lembrou que o déficit metropolitano chega a mil leitos. “Estamos abaixo da proporção mínima recomendada pelo SUS, de 2,5 leitos para cada mil habitantes. Deveríamos ter 4.110 e temos cerca de 3 mil”. Ele espera que junto com o comitê formado na semana passada venham mais investimentos do estado para a baixada.

“A região tem 4% do eleitorado paulista, 4% da arrecadação, mas não teve nem 1% de investimentos da Saúde nos últimos anos”, afirmou ele. “Não é à toa que temos índices ruins”.

Fonte: Matéria publicada no Jornal a Tribuna, caderno da Baixada Santista, à página A4.


Meu comentário

Nós que militamos na área de saúde, devemos receber com satisfação essa notícia publicada no jornal A Tribuna, porém, eu quero alertar para os conflitos que a própria notícia pode estabelecer, não pela redação, que está muito bem feita, e, a meu ver, espelha bem o andamento da reunião, mas, sim por alguns tópicos que estão inseridos no seu bojo.

Parte do quarto parágrafo diz criar uma carreira regionalizada do profissional de saúde", enquanto que, no sétimo parágrafo está escrito “Ele ressaltou que há legislação capaz de respaldar a criação um plano regional bancado pelo estado, por meio do qual os médicos podem atuar nas redes dos municípios da região”.

Ora, a carreira da saúde, é representada por várias categorias profissionais que devem ser respeitadas nos planos de carreira, sem o que é impossível estruturar políticas de saúde que realmente alcancem êxito junto à população SUS-dependente.

A categoria dos Cirurgiões Dentistas, assim como, todas as categorias de nível superior e médio que fazem parte do quadro de atores sociais da saúde, tem papel importante e fundamental na sua promoção, proteção e recuperação, e, devemos ainda considerar que a boca é porta de entrada de inúmeras doenças sistêmicas.

Conclamo assim, as entidades representativas dos Cirurgiões Dentistas da nossa região especialmente a Associação dos Cirurgiões Dentistas da Baixada Santista, com apoio da Delegacia Seccional do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo e Sindicato dos Odontologistas de Santos, pleiteiem, assim como foi sugerida a inclusão da Associação Paulista de Medicina, representavidade na, informalmente chamada Agência de Saúde da Baixada Santista, antes que a sua instituição seja oficializada. Só assim poderemos lutar por nossos legítimos direitos.

Um comentário:

  1. Chegou a hora dos profissionais de Odontologia lutarem juntos por seus direitos e toda a classe que os acompanha ,como as THDs,ACDs, etc...,juntos, com certeza chegaremos lá !! Vamos em frente!!

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