quarta-feira, 25 de maio de 2011

Rua da Constelação

Na verdade, quando iniciei a edição dest Blog, considerei que, além das postagens sôbre saúde bucal coletiva, eu deveria, no decorrer os dias, dos meses, dos anos, inserir alguns textos diferentes do dia a dia da odontologia, e, isso por vezes tem acontecido.
Hoje, emtão, interrompo as minas palavras relacionadas à profissão que abracei, para compartilhar com meus leitores um poema escrito há pouco mais de trinta anos atraz, pelo aluno n] 19 da 6ª série B da EEPG Jardim Itaparque localizado no município de Mauá. Este texto fez parte de um trabalho realizado em classe pela professora de português e reflete o quanto a escola pode despertar uma arte latente que fica escondida na mente de um adolescente de uma escola da periferia.
O poema diz assim:

"  RUA DA CONSTELAÇÃO



Quantas vezes, parei nesta porta e olhei ao longo da rua. Dessa rua morta, essa rua torta que foi sua, que foi minha, que foi nossa.

Que viu nosso primeiro encontro, seu primeiro pranto, que sorriu com muita alegria e que viveu noite e dia nosso grande amor.

E quanta cor existe nesta rua, até a lua a iluminava uma passarela de sonhos e de encantos. Quanto encanto, quanta fantasia. E todo dia eu me perdia.

De minha janela com muito embaraço, meus pequenos olhos seguiam seus passos, até a sua bela imagem perder-se na curva da rua.

E, na noite de quermesse, na festinha de São Pedro, com muito medo me aproximei.

Rosto corado, mãos perdidas em um grande esforço, tentando sorrir. E você, parecia um anjo perdendo-se em calma. Lá dentro minha alma queria explodir, na espinha um frio maior que as batidas do coração, que saltava no peito e de que jeito falaria agora. Mas, na hora você controlou a situação, estendeu-me a mão e chamou meu nome. O medo fugiu como por encanto, e a amo tanto, desde aquele dia.


Quanta alegria você me causou e, como me amou desesperadamente.


Um dia, esta rua já te viu de branco e, sabe ela, o quanto você estava linda.


E viu você, moça, mulher, mãe, avó e hoje me vi só neste desconsolo, nesta solidão, que eu tento em vão não transparecer, e como esconder?


E, a velha Rua da Constelação, que meu coração conhece tão bem, sabe das tristezas que tenho no peito e perdeu o jeito, perdeu o sorriso, perdeu seu luar.


Espera ela um dia que eu vá também, e, de braços dados com você, eu volte a transitar na rua, no lado do além!"

Parabéns ao autor, Vagner William. Não o conheci pessoalmente.Não sei onde você se encontra hoje. Não sei em que profissional a vida lhe permitiu se tranformar. Mas tenho a certeza absoluta; o amor ainda mora no seu coração!

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