domingo, 18 de novembro de 2012

RAINHA DAS SERRAS: O PASSADO, O PRESENTE, E... QUAL SERÁ O SEU FUTURO?


Estou nesta cidade há 34 anos, desde 1978, quando tive a felicidade de ingressar no serviço público de Cubatão, mais precisamente para prestar serviço como Cirurgião Dentista no antigo SAMOE  - Serviço de Assistência Médico-Odontológica Escolar. Na época, o alcaide do município era Carlos Frederico Soares Campos, prefeito nomeado no período em que a Rainha das Serras ainda era considerada Área de Segurança Nacional. Um homem que, apesar de não ser natural da cidade, conduzia a administração focada na valorização do serviço público como mola propulsora do desenvolvimento econômico e social. Os investimentos dos recursos financeiros promoviam com ênfase a educação e a saúde no município.
Mais dois prefeitos indicados passaram pela prefeitura, após a era Campos, que, ainda não sendo naturais da bela região emoldurada de palmas tão brasileiras, muito fizeram pelo seu progresso, a ponto de, após Cubatão reconquistar a sua autonomia administrativa, foram reconduzidos ao cargo por mais duas vezes cada um, através do voto direto.
Há ainda os que renegam o passado de crescimento, com a locomotiva administrativa, como aquela que tinha o seu lugar garantido no “Velho Parque Anilinas”, depois chamado de Cidade da Criança até a tão propalada reforma atual, conduzida por mais 16 anos seguidos por esses dois cubatenses de trabalho e de coração.
Depois deles, veio um médico, mineiro de nascimento, mas, com a garantia do compromisso e comprometimento com a terra cantada em verso e prosa por Afonso Schmidt, calcado nos longos anos que dedicou à coletividade no Sindicato dos Metalúrgicos e no seu próprio consultório, purificando os pulmões cidadãos. Não posso afirmar que a tão falada cura aconteceu por completo, mas a publicização implementada no Hospital Modelo, e é esse o nome que, carinhosamente, a população resolveu manter, sem desmerecimento ao inesquecível Dr. Luiz Camargo, trouxe uma gestão mais profissional a esse importante equipamento de saúde construído, inaugurado e colocado em funcionamento pelo  Cosipano ilustre, e, tão ansiado por toda a comunidade.
É claro, que todos esses atores sociais da história cubatense citados acima, não podem ser considerados perfeitos nas suas atuações, pois o ser humano, considerado como a mais perfeita das máquinas, também é sujeito à falhas, mas o objetivo foi sempre acertar, mesmo que, errando, às vezes.
Porém, chegou o dia em que os eleitores resolveram que a magia do condão de fadas deveria conduzir à cadeira que dirige os destinos da fonte de força e luz, uma cubatense legítima, e, ainda mais, avalizada pelo partido tão aclamado pelo povo brasileiro, para conquistar a tão sonhada mudança que culminaria na verdadeira independência que seria rompida em canto viril.

 
A princípio, nos pareceu que estávamos no caminho certo com a multiplicação dos recursos financeiros subindo a escala da riqueza nacional, afinal, em dados estatísticos projetados por especialistas em planejamento da grande equipe estelar, alcançaríamos em 2012 o topo da escada da renda per capita entre todos os municípios brasileiros.
Ora, se a riqueza financeira extrapolou todas as expetativas, porque os cerca de 60% de famílias faveladas não conseguiram também a sua independência?
Paradoxo total, pois, então, porque se criou o bolsa família municipal?
Porque o sistema de saúde começou a entrar em colapso?
Porque a educação perdeu o seu poder de propiciar cidadania?
Porque se desmantelou o sistema de atendimento aos menores abandonados?
E os servidores, porque não mereceram o reajuste mínimo?
Porque a comissão nomeada pela própria comandante-mor do executivo não teve respeitada a sua proposta de Plano de Cargos, Carreira e Salários baseada em estudos exaustivos e bem fundamentados?
E o que se dizia legítimo representante da categoria dos servidores municipais que parecia que ia marcar a história na defesa dos direitos inalienáveis dos associados e não associados, porque voltou atrás na sua decisão?
E, quantos outros porquês, podemos relacionar?
Ora, mas o grande argumento de defesa dos membros situacionistas com relação à mudança está nas opções de diversão e lazer: cinema, teleférico, enfim, o Novo Anilinas.
Mas, será que só com isso se constrói o direito cidadão?   
Enfim, uma grande parcela dos eleitores deu a sua resposta nas urnas e decidiu manter a vitoriosa equipe para que a Rainha das Serras continue a ser abençoada com o Sinal da Santa Cruz!
Senhora prefeita Marcia Rosa, eu não fui seu eleitor, mas como filho adotivo desta terra por onde Anchieta passou, peço-lhe do fundo do coração, que dispa-se dos grilhões partidários e incorpore-se dos conceitos de paz, amor e tradição inerentes à sua terra natal e valha-se de mais uma chance que lhe foi creditada para administrar esse município, isenta dos compromissos políticos, pois só assim vossa senhoria poderá fazer Cubatão mudar, realmente, para melhor!!!
Aí, sim, voltaremos a mostrar a todo o Brasil o valor de Cubatão desde os primórdios de sua história e de suas raízes emancipadoras!!!

 CRUZEIRO QUINHENTISTA


 

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