domingo, 26 de dezembro de 2010

Odontologia: um Natal de grandes lembranças!

E lá se foi mais um Natal. O sexagésimo primeiro de minha atual vida terrena.
Os pensamentos me remetem há décadas atrás, quando, ainda, eu dava os primeiros de muitos passos como Cirurgião Dentista. Praticamente, ainda um novato na profissão, período em que temos que nos virarmos do avesso para conquistar espaço no  mercado de trabalho, eu exercia a minha função em diversas frentes e uma delas era no Plantão Dentário José Menino, em Santos, bem lá na esquina da Rua Maranhão com a Praia, de propriedade do amigo Celso de Lucca, afinal, tinha que custear o primeiro apartamento comprado num prédio em construção na Ponta da Praia, bem lá pertinho da Praça Rebouças.Vai daí, o Celso me oferece o andar superior do sobrado onde a clínica estava instalada para que eu pudesse morar provisoriamente.
Chega então, a proximidade das festas Natalinas de, se não me trai a memória, 1975, e a Silvia, que administrava o plantão, encontrava dificuldades para estabelecer a escala de Natal, pois a maioria dos colegas que faziam parte da equipe de plantonistas, tinha viagem marcada com destino às suas cidades de origem  ou simplesmente iriam assumir o seu direito de férias.
Bem, Edélcio morava no local de trabalho, não tinha nenhum de destino diferente para comemorar o Natal, então se prontificava a cobrir a saída de todos os outros. Resultado: 72 horas ininterruptas de plantão, com atendimento de mais de uma centena de casos de urgência, onde no meio de tantos outros, vários casos de reimplante dentário em crianças, afinal, temporada na beira da praia, culminava em muitos acidentes.
Dias estafantes, mas guardados na memória até hoje, como uma grande escola de pós-graduação na minha vida dedicada à odontologia. Instantes de realização ao resolver um problema de dor ou ter reposicionado um dente avulsionado, que permitiram a continuidade de programa de uma família, planejado durante todo o ano no sentido de curtir as badaladas praias de Santos.
Na época,  há cerca de 36 anos,  a odontologia não estava tão evoluída como nos dias de hoje e não era tão mercantilista, mas a realização de ver um sorriso voltar na face de uma criatura, marcava, mais do que o retorno finaceiro, a nossa vontade de sair engrandecido depois do resultado satisfatório de um atendimento, pois ainda vivíamos a época românica da nossa profissão.
Hoje, restam apenas recordações daqueles bons tempos, pois no lugar daquele sobrado verde, ergue-se um grande arranha-céu!
Pena que eu não tenha nenhuma foto da época.

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