Para quebrar um pouco a rigidez da postagem sobre temas profissionais, me ponho hoje a escrever sobre a vida simples do interior, após ter participado de uma singela cerimonia de casamento em Araçoiaba da Serra, cidade bucólica onde eu me refugio quando quero fugir da rotina e do estresse das grandes cidades.
Neste último sábado, uma semana antes da comemoração do Santo Natal fui testemunha viva da união oficial de dois grandes amigos, Andréia e Rubinho, que fazem parte da minha vida há mais de 11 anos, e que mais do que funcionários que trabalharam comigo por alguns anos, mesmo depois de deixarem de atuar como auxiliares no meu refúgio, continuaram a ser partes integrantes do meu rol de amigos.
Conheci Rubinho, quando veio realizar uma entrega de material de construção para que eu pudesse dar início a uma pequena obra , e daí começou a surgir uma relação de amizade dentro dos padrões da vidinha simples da roça.
Conheci ainda bebê a sua filinha Isabela, vi o nascimento daquela outra bebezinha, Alanis, que eu chamava de feijãozinho e hoje mais uma vez fiz parte de um grande momento desses dois grandes amigos, o enlace matrimonial do matuto matogrossense e da bonita moça de Jundiacanga.Foi muito bom ver todo aquele pessoal do bairro, participando da festa, que muitas vezes foi acolhido pelo grande e generoso coração do Rubinho, ora para levar alguém de emergência para uma consulta médica, ou então para ir ao mercado para algum velho amigo necessitado, ou ainda aquele caso da menininha que se afogou na piscina e foi tirada já desacordada pelo nosso herói. Enfim, como ele mesmo diz, atendendo a um e a outro, totalmente despido de qualquer interesse em retribuição e reconhecimento. E olha que ele se arriscava muito pelos outros, ao realizar todo esse trabalho dirigindo sem possuir carteira de habilitação.
Quantas aventuras, participando de pescarias em lagoas aprazíveis, observando orquídeas na mata, buscando capim para a Paola, você se lembra da Paola, Rubinho? A pequenina potra que você mesmo trouxe para o mundo, retirando-a do ventre da mãe, num parto muito difícil, numa madrugada bastante chuvosa , no terreno ao lado do nosso recanto. Pena que por motivo fortuito, depois de algum tempo ela teve que seguir outro caminho.
E para todas essas aventuras ele gostava de usar a Brasilia meio capenga, mas forte como o dono e que nos conduzia para todas essas peripécias. Até Luciane, minha esposa, às vezes nos acompanhava. E, assim vários carros dignos do Lata Velha de Luciano Huck, fizeram parte de sua vida.
Hoje o seu carro principal é uma kombi de mil novecentos e nada, que ele usa para transpotar peões de obra.Quanto aos carros,eu só não conseguia enviar uma carta para o Luciano Huck porque ele vivia realizando trocas, sempre pensando que estava conseguindo um carro melhor, mas nunca conseguia realizar seu sonho. Às vezes comprava até dois carros para transformar em um melhor.
Rubinho era tal e qual aqueles cowboys do velho oeste que viviam mais em cima do seu cavalo, galopando pelas pradarias, e de vez em quando parando em um lugarejo qualquer, só que ele nunca foi de tomar um trago. E como gosta de cavalos, ferrando, domando, galopando, enfim, essa é uma de suas grande paixões que contagiou também as sua filhas. Só Andréia não é muito chegada a essa paixão do Rubinho.
A paixão por cavalos levou-o várias vezes a participar dos desfiles dos cavaleiros no aniversário de Araçoiaba! E lá ia Rubinho todo garboso conduzindo o seu troféu equino!
Ele fazia também o possível e o impossível para nos agradar. Tratava com carinho do meu mestiço labrador com vira-lata, o Panda. Lembro-me quando ele desesperado me ligou para contar que o Panda tinha sumido e ficou desaparecido por 3 dias. Cheguei até a preparar um cartaz de procura-se para o nosso querido cão de estimação, que já fazia parte da família. No dia em que cheguei com os cartazes, lá veo o cowboy todo feliz me contar que tinha encontrado o nosso cão de estimação que estava de plantão em frente outra chácara na expectativa de arrumar uma nova namorada.
Uma das minhas grandes vontades era ter uma rottweiller, apaixonado que sou por essa raça, e num belo dia de verão veio todo feliz com a notícia: tinha algué querendo doar uma cadel rottweiller de 6 meses, e assim surgiu a Hanna na nossa vida, e claro, ele mostrou mais uma faceta de suas qualidades, tornando-se o adestrador dela, sem contar que antes disso tinha trazido o Urso que, apesar de muitos cuidados, não conseguiu se manter vivo.
Porém, um dia o destino preparou uma cilada para aquele áz das pradarias, que depois de adestrar tantos cavalos com carinho e amor a esses animais, Rubinho, literalmente caiu do cavalo. e teve uma grave fratura no pé. Porém, nem isso conseguiu domar a sua agitação, e mesmo após delicada cirurgia, o seu gênio indomável o manteve em pé, sem nunca perder o otimismo e a alegria de viver.
Mas esse acidente, mudou, sim, um pouco a sua vida, mas, para melhor, pois ele resolveu abraçar a religião, se aproximando mais do Ser Supremo.
E agora o seu ato mais importante, a consolidação de sua união com a sua querida Andréia, consagrando a família tão bonita que formou.
Enfim, meus amigos, esta foi mais uma grande experiência na minha vida, a participação em um CASAMENTO CAIPIRA!!!
MOMENTOS DA UNIÃO E COMEMORAÇÃO
Que Deus os abençoe, Rubinho e Andréia!!!
Muito bom professor Edélcio, adorei ler isso...
ResponderExcluirP.S. Estou sempre o acompanhando, quase um discípulo seu, rsrs... Um forte abraço!
Júlio César
legal ! nossa como as meninas estão grandes
ResponderExcluira Isabela esta uma moça e a Alanis eu ainda vi bebezinha quase não acreditei., e to ficando nova rrrrsss
quando for lá de um beijos em todos por mim e pela Luana