"Integração necessária
Entidades médicas caracterizam as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) como unidades dotadas de sistema de monitorização contínua que admitem pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham possibilidade de se recuperar". Como profissionais de uma das melhores odontologias do mundo, conhecemos bem o conceito de saúde integral, que considera o efeito sistêmico da saúde bucal sobre o organismo do paciente, e sabemos o quão relevante é a presença do cirurgião-dentista em ambientes como as UTIs.
Esta edição da Revista ABO Nacional chama a atenção para essa presença, que, graças à evolução da Odontologia nacional, tem se tornado uma tendência não só a ser seguida, mas exigida pelas equipes multiprofissionais que lutam a favor da vida nesses centros de recuperação.
Apesar de a importância da higiene oral para a saúde integral do organismo beirar a obviedade, a presença do CD nas equipes multiprofissionais das UTIs ainda é tímida. Dessa forma, um sem-número de pacientes fica vulnerável a infecções hospitalares, especialmente respiratórias, devido ao descaso com a saúde bucal durante a internação.
O problema também é de saúde pública, já que complicações em tratamentos no sistema público de saúde são sentidas, ainda, no bolso do contribuinte e nas filas dos hospitais.
Esforços estão sendo feitos pela ABO para conscientizar sobre a necessidade de maior integração entre a Odontologia e a Medicina, seguindo o trabalho que já vem desenvolvendo a FDI, por meio do intercâmbio de informações entre as representações profissionais em âmbito mundial.
Esperamos que a ação das entidades encontre eco em todo o meio médico-odontológico e que possamos mudar esta realidade em um futuro próximo."
O meu comentário
Estamos vivendo um momento ímpar na busca da valorização da Odontologia. Em virtude das dificuldades que o Cirurgião Dentista vem encontrando para o exercício pleno da profissão, com alto grau de concorrência, submissão a péssimos planos de saúde, sujeição à empresas exploradoras e os péssimos salários pagos pelo setor público em muitos municípios brasileiros, a busca de boas alternativas torna-se um dos caminho certos para o reequilibrio da profissão.
A prática da Odontologia Hospitalar que, até então, se restringia a esforços de profissionais abnegados no sentido de exercer a Especialidade de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial nos Centros Cirúgicos de Complexos Hospitalares, e que ainda encontra alguma resistência por parte de gestores da medicina, começa a ser incrementada com propostas de incluir o Cirurgião Dentista nas equipes mínimas multiprofissionais que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva.
Eu vou mais além, ainda, assinalando para a necessidade da inclusão de ASBs e TSBs - Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal, que tem a sua importância, assim como o Auxiliar e Técnico de Enfermagem, nos cuidados com os pacientes em recuperação nos quartos e enfermarias hospitalares. Esses profissionais auxiliares do Cirurgião Dentista podem realizar vários procedimentos educativos e preventivos que venham a colaborar na recuperação do paciente acamado, contribuindo, ainda na manutenção do novo estado de saúde adquirido com o tratamento hospitalar. A sua atuação, ainda pode e deve ser extendida para as UTIs,
Para escudar essa atuação transcrevo abaixo uma das competências desses profissionais que constam da Lei Nº 11.889 de 24 de dezembro de 2008 :
TSB
Artigo 5º
Ítem IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas, inclusive em ambientes hospitalares;
ASB
Artigo 9º
Ítem IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas, inclusive em ambientes hospitalares;
Cabe, porém a nós profissionais da odontologia, de todos os níveis, fazermos eco a essas iniciativas que estão se rompendo pelo Brasil afora, e engrossarmos o exército que busca a recuperação da dignidade da odontologia brasileira
FONTES:
Texto em negrito - Revista ABO Nacional
Foto - Atendimento Odontológico em UTIs do Município de Cianorte/PR
Dra. Regiane C. Romano Mafra Fernandes
Dr. Robson Fernando Gonçalves Lopes
Caro colega, muito bom o seu artigo. Mas discordo em alguns pontos. Não creio que a odontologia esteja vivendo um momento impar positivamente. Ao contrário, é cada vez mais dicifil a aceitação médica do CD em ambiente hospitalar. Talvez a realidade das capitais seja diferente, mas no interior, o meu testemunho é de que as coisas são difíceis. Veja este artigo de meu blog: http://britesbucofacial.blogspot.com/2011/11/o-corpo-humano-e-saude-bucal.html e neste aqui também: http://britesbucofacial.blogspot.com/2011/10/pneumonia-por-ventilacao-mecanica.html
ResponderExcluirÉ por isso que eu defendo a união da catogoria na busca de conquistar espaços, meu caro Fabiano. Eu tenho certeza, apesar de não conhecê-lo pessoalmente, que você enfrenta todas as batalhas para consolidar o seu espaço. O que precisamos é conquistar mais adesões de colegas que se comprometam com essa causa, pois se náo aglutinarmos forças, os médicos nunca abrirão espaço para nós. Que tal iniciarmos um movimento nesse sentido?
ResponderExcluirterei o maior prazer em acessar os seus Blogs.
Um grande abraço!
Concordo com tudo! Um abraço!
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